A Ganância Engole o Futebol
Faixa estendida por torcedores, em que se lê "created by the poor, stolen by the rich"

Em amistoso contra o PSG em 2017, torcedores do Club Africain (Tunísia) estenderam a faixa “Criado pelos pobres. Roubado pelos ricos”.

O futebol é originário das classes populares da sociedade. A mão de obra, independente do continente, jorra das regiões economicamente desfavorecidas. O esporte relaciona-se intimamente à resiliência, competitividade, treinamento e busca pela glória, características intrínsecas à jornada de qualquer trabalhador e seus anseios de carreira e vida.

Contemporaneamente, observamos, em âmbito global e nacional, sujeições do esporte ao dinheiro. A submissão da FIFA ao capital do Qatar, entregando-lhes uma Copa do Mundo e alterando o calendário histórico para alocá-la em novembro/dezembro, enquanto são divulgados dados de quase 7 mil mortes entre os construtores das obras esportivas no país – em sua maioria, imigrantes -, corrobora para a visão de completa dissonância entre os valores perpetuados pelo futebol e o que ele parece se tornar.

A Premier League, liga nacional mais disputada e com nível técnico superior às demais, encontra seu dinheiro em governos árabes que buscam vender imagem positiva para o mundo (Manchester City), fundos de investimento multimilionários (Liverpool e Manchester United) ou algum rico aventureiro que, através do clube, explora novos mercados ou divulgação (Chelsea). Basta olhar para a lista de últimos campeões do torneio para encerrar a questão: dinheiro ganha títulos e, com o tempo, tradição.

Não se importam com a origem do dinheiro, o motivo pelo qual injetam no clube ou se é algo sustentável a longo prazo. Para o torcedor, dirigentes e Federações, a vinda de bons jogadores, troféus, exposição e – mais uma vez – dinheiro são antolhos para todo o resto.

No Brasil, o cenário é completamente diferente, mas não impede versão descabida desse sistema. Por aqui, a própria Confederação Brasileira de Futebol destrói seu principal patrimônio, a Seleção pentacampeã, ao negociar seus jogos para longe do território nacional e contra adversários tecnicamente inferiores. A falta de competitividade é um dos fatores que impedem os louros de mais uma Copa para o Brasil.

Além disso, para os times brasileiros, não há alguém como Roman Abramovich ou Sheikh Mansour, até porque aqui os clubes são associações civis. Contudo, a figura do mecenas vem se tornando cada vez mais forte. Vide Atlético Mineiro, Internacional e Palmeiras. Doadores, investidores-anjo, parceiros etc. Use seu eufemismo favorito. O ponto é: caminhamos para, em futuro próximo, legalizar essa incorporação.

Mecenas Futebol Brasileiro

Rubens Menin (Atl-MG), Leila Pereira (Palmeiras) e Elusmar Maggi (Inter), os “mecenas” brasileiros

Tange-se o propósito esportivo. O mercado do futebol engole o esporte futebol. Os resultados econômicos e esportivos são inegáveis, mas a qual preço? Hierarquizar o esporte? Dizimar clubes menores? Retirar de amplo grupo a possibilidade de competir por títulos expressivos?

A Superliga Europeia foi anunciada no dia 18 de abril de 2021. 15 clubes, entre os maiores do mundo, optaram pela formação de nova competição. Sem rebaixamento e somente entre eles (com alguns convidados esporádicos), o torneio tem previsão de lucro 4 vezes maior que a UEFA Champions League para seus membros.

Logo Clubes Superliga Europeia

12 Membros Fundadores da Superliga Europeia: Real Madrid, Chelsea, Inter de Milão, Manchester City, Tottenham, Liverpool, Manchester United, Juventus, Barcelona, Arsenal, Milan e Atl-Madrid.

Claramente, a razão para abandonar a Champions é ganhar mais dinheiro e machucar menos a imagem do clube com eliminações precoces, garantindo muitos jogos entre clubes de gigantesca expressão.

Assassina-se o mérito esportivo em troca da segurança financeira. Clubes de menor expressão jamais alcançarão um campeonato que não jogam. O enxugamento da Champions (em matéria técnica e, consequentemente, orçamentária) em prol de poucos poderosos exacerba o que Ander Herrara, atleta do PSG, disse: “os ricos roubam o que o povo criou”, inclusive seus sonhos e entretenimento.

Bilo je onih dana kada je bilo potrebno sastati se kod kuće s vlasnikom Vidake, uzeti loše prepisane kutije ili platiti pristup kanalima s “jagodama”. Sada možemo gledati bilo što i svugdje. Zabranjeno u Rusiji, viagra pornhub izvještava da je samo mobilni promet na mjestu narastao od 2010. godine od 1424% – 14 puta! A istraživači tvrtke Nielsen izračunali su da je 29% odraslih gledalo porniće s radničkog računala (!) U istoj 2010. godini.

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