O passe é fundamento básico do futebol e ele pressupõe a presença de companheiros próximos para construir jogadas. O Fluminense treinado por Fernando Diniz, campeão da Libertadores 2023, tem no Princípio Operacional de Ataque (P.E.A.) apoio o seu pilar estrutural, priorizando o passe para fluir seu jogo.

O denominado apoio orienta a estruturação da equipe no campo durante a fase ofensiva e visa gerar vantagem ao time em posse da bola. É necessário compreender seu funcionamento para admirar e aprender a essência do “Dinizismo”.

Fernando Diniz, treinador da Seleção Brasileira e do Fluminense, venceu a Libertadores 2023. O apoio é a principal característica do seu modelo de jogo. (Fonte: Diário do Nordeste)

Conceito

Apoio é o posicionamento dos jogadores a fim de dar várias opções para o jogador que estiver com a bola. É o famoso “aparecer” para o jogo, criando linhas de passe.

Na definição do Prof. Dr. Rodrigo Leitão, o apoio “orienta a distribuição dos jogadores durante todo o jogo, a fim de dar o maior número possível de opções de passe para o jogador que estiver em posse da bola”.

Esse P.E.A. exige a movimentação constante sem bola dos atletas da equipe em posse, tendo como ideal a criação de pelo menos 3 linhas de passe na área ofensiva. No Fluminense de Diniz, a concentração de atletas no espaço da bola é tão grande que são geradas entre 5 a 7 opções de passe.

Nessa jogada, o portador da bola tem 5 opções de passe. Diniz prioriza a liberdade de movimentação visando gerar toques curtos e superioridade numérica no setor. (Fonte: Reprodução Footure)

Em treinos, o apoio é potencializado ao se exigir toques de primeira, promovendo interação constante entre os companheiros. Essa é outra característica marcante dos times de Fernando Diniz.

Atacar Defendendo

O apoio também é conhecido por ser o início de estratégias defensivas, como o Gegenpressing, motivo pelo qual recebe o codinome de cobertura ofensiva.

Como há a aglutinação de vários atletas próximos à bola para gerar linhas de passe, quando se perde a posse, quem está próximo consegue exercer pressão imediata no portador, facilitando sua retomada.

Klopp e Guardiola, cada um a sua maneira, e Fernando Diniz, utilizam bastante essa estratégia, possibilitando a rápida recuperação da bola e constante pressão no adversário.

Para aprofundar em como esses treinadores usam a contrapressão, clique aqui.

• Para conhecer um pouco mais sobre o trabalho de Fernando Diniz, veja a análise do portal Footure sobre o modelo de jogo do treinador clicando aqui.

Por Pedro Parada.