Princípios Operacionais de Ataque são orientações de estruturação da equipe no campo de futebol durante a fase ofensiva. Eles visam gerar vantagem ao time em posse da bola, seja na criação de jogadas ou espaços.

O Princípio Estrutural de Ataque chamado Amplitude trata da expansão do espaço efetivo de jogo em sua largura. Outro P.E.A. também estuda o aumento do campo, mas verticalmente. A ele, damos o nome de Profundidade.

Conceito

A profundidade é a aproximação do homem mais avançado do time que ataca do gol adversário. O objetivo é forçar a defesa rival a diminuir a distância entre ela e a própria baliza, facilitando finalizações e jogadas em zonas de alta periculosidade.

À esquerda, um ataque com baixa profundidade. Geralmente, equipes que apostam em lançamentos e contra-ataques jogam assim para aproveitar o vasto espaço deixado às costas da zaga adversária. Já à direita, o time joga no limite da alta profundidade, com o interesse de gerar situações de ultrapassagem dentro da área do oponente.

No ambiente do futebol, costuma-se associar a alta profundidade com “forçar a última linha do rival a recuar”. Isso acontece porque a defesa fica receosa com a presença de atletas tentando corridas às costas. O jeito encontrado por ela para se proteger é ir para trás, encurtando o campo disponível para avanços velozes. Contudo, outras oportunidades são geradas com esse movimento. Cada escolha, uma perda. Assim é o futebol.

A defesa corre para trás, tentando impedir ultrapassagens. Esse movimento distancia as linhas, gerando grande espaço à frente da zaga. Caminho livre para finalizações frontais.

Objetivos

A Alta Profundidade almeja gerar espaços entre linhas, ou seja, impedir a compactação defensiva. Além disso, inviabiliza a realização de coberturas e marcações duplas, pois isola a defesa dos demais setores.

Quando associada à Penetração, a Profundidade é altamente efetiva. Os zagueiros ficam desorientados, precisando decidir entre acompanhar o atacante (dando profundidade) ou forçar seu impedimento (permitindo as penetrações).

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Aplicação

Primordialmente, para a Profundidade funcionar, todas as linhas da equipe ofensiva precisam se movimentar conjuntamente em progressão, controlando o espaço efetivo de jogo. Assim, ficará mais fácil aproveitarem brechas criadas e impedirem contra-ataques.

Com essa disposição, a equipe com posse diminui a distância a ser percorrida nos espaços vazios do campo ofensivo. A linha de defesa abafará meio-campistas e atacantes do oponente, permitindo o combate pela bola longe de sua meta.

No Brasil, culturalmente, a função de dar profundidade à equipe é do centroavante, já que ele pode ser acionado por “ligações diretas” (lançamentos dos zagueiros), uma tática bastante comum em times reativos.

Para isso, o atacante “gruda” no zagueiro adversário, instigando-o a se movimentar contra o próprio gol. Com a distância criada, o camisa 9 realizará a proteção da bola, jogando de costas para a baliza, com o intuito de ajeitá-la para companheiros que virão em velocidade do campo de defesa.

O centroavante recebe o lançamento e aguarda a aproximação de meias e pontas. Quem aparecer primeiro, recebe a bola. Se optar por quem está no centro, há opção de finalização ou toque para os jogadores abertos. Caso encaixe um passe aos pontas, a finalização será próxima da meta e sem marcação.

Saber utilizar a Profundidade do campo é um dos caminhos para a vitória no futebol. Seja ela alta ou baixa, o essencial é ter uma ideia de como quer utilizar esse Princípio Operacional de Ataque. Quer campo para correr ou jogar próximo ao gol adversário? Só você tem essa resposta.

Por Pedro Parada