Perfil Técnico #02 – Corinthians 2022

Sob alta expectativa, o Corinthians iniciou sua jornada em 2022. Após contratações – e especulações – expressivas e a demissão do treinador Sylvinho, o Timão volta seus olhos ao mercado em busca de um novo comandante.

Com elenco estrelado e repleto de características diversas, a torcida anseia por disputas de títulos. Neste ano, o Corinthians desponta como candidato no Brasileirão, Copa do Brasil e Libertadores. Qual seria a visão de jogo ideal para essa equipe?

Ainda em preparação, é impossível cobrar alto rendimento dos atletas e exposição das ideias de jogo do técnico em campo. Enquanto Sylvinho era o técnico, o esquema tático favorito era o 1-4-1-4-1. O time até variou para o 1-4-3-3 em situações pontuais, mas manteve as rígidas raízes de 2021 sempre que possível.

Sylvinho gritando na beira do campo

Criticado em 2021, Sylvinho tinha plantel expressivo em mãos. Não conseguiu fazer o time jogar e foi demitido. (Foto: Rodrigo Coca/Agência Corinthians)

Relembremos os 31 atletas que compõem o time profissional do Timão:

  • Goleiros:

+ Cássio;

+ Matheus Donelli;

+ Ivan;

+ Carlos Miguel;

+ Guilherme.

  • Zagueiros:

+ Gil;

+ João Victor;

+ Raul Gustavo;

+ Robson Bambu.

  • Laterais:

+ Fagner;

+ Fábio Santos;

+ Lucas Piton;

+ Bruno Melo;

+ João Pedro.

  • Volantes:

+ Paulinho;

+ Cantillo;

+ Du Queiroz;

+ Gabriel;

+ Roni;

+ Xavier.

  • Meias:

+ Willian;

+ Renato Augusto;

+ Giuliano;

+ Gabriel Pereira;

+ Luan;

+ Ruan Oliveira.

  • Atacantes:

+ Róger Guedes;

+ Jô;

+ Gustavo Silva;

+ Gustavo Mantuan;

+ Adson.

Analisando as peças por suas habilidades individuais, podemos ressaltar alguns pontos fundamentais do elenco:

  • Ausência de centroavante titular: Apesar de contar com Jô, os últimos anos do jogador não foram do nível esperado. Isso levou o clube a buscar outro atleta da posição no mercado, mas nada se concretizou. Portanto, a posição segue desguarnecida;
  • Lateral-esquerda versátil: Três atletas com características diferentes, mas com nível para disputarem esse espaço. Piton é ofensivo, mas inexperiente. Fábio Santos, com capacidade para jogar por dentro, é veterano e está carente defensivamente. Bruno Melo, alto e ofensivo, escreve o capítulo mais difícil de sua trajetória profissional. A depender do adversário, todos podem ser utilizados;
  • Mescla de Idade: Em todos os setores do campo, o Corinthians consegue balancear virilidade juvenil e técnica dos experientes. A zaga é composta por ídolos juntamente com João Victor, atleta extremamente promissor. No meio, Du Queiroz desponta como homem da marcação e saída de bola, acompanhado dos craques Paulinho e Renato Augusto. À frente, Gabriel Pereira, Gustavo Silva e Adson aprendem e se espelham em Jô, Róger Guedes e Willian. Times vencedores sabem aproveitar o melhor desses dois mundos.

Com todos esses dados, formulamos uma opção de jogo para o Corinthians atuar em 2022. É ela o:

1-4-4-2

Campo de jogo, com bolas brancas representando os jogadores no esquema 1-4-4-2

Antes de prosseguir, necessitamos compreender que os números e as posições iniciais nos esquemas de jogo não condizem, necessariamente, com a aplicação das táticas dentro de campo. Não imaginamos Renato Augusto e Giuliano exercendo funções de pontas, nem mesmo Róger Guedes atuando como 9, onde já reclamou publicamente de ser escalado. Delimitamos as principais interligações a serem realizadas nas fases ofensiva e defensiva da equipe a fim de contextualizar o 1-4-4-2 proposto e explicar como ele pode potencializar as virtudes do Corinthians mesmo sem a existência de uma referência na área.

Fase Ofensiva

Saída de Bola

A opção por Fábio Santos ao invés de Lucas Piton, à primeira vista, pode enfurecer a torcida, mas se baseia na capacidade de saída de jogo do veterano e sua maior facilidade para compor uma futura linha de três defensores, dando liberdade para subidas de Fagner pela direita.

No tiro de meta, a linha defensiva permanece fixa, gerando quatro linhas de passe para o goleiro. Assim que algum defensor receber a bola, implementa-se o Terceiro Homem. Esse conceito prevê a aproximação de um articulador pelo centro, sendo ele o foco/objetivo dos passes em progressão.

Em outras palavras, os zagueiros e laterais tocarão entre si até enxergarem oportunidade de entregar a bola para quem estiver no meio de campo.

Esse jogador deverá ser Du Queiroz, Giuliano ou Renato Augusto.

Os atletas citados se movimentarão de acordo com o lado em que a bola está. Giuliano, no lado direito; Renato Augusto, do lado esquerdo; e Du Queiroz flutuando majoritariamente pelo centro.

Saídas de bola do Corinthians. Setas vermelhas indicando movimentações e setas azuis indicando linhas de passe

As setas vermelhas indicam as movimentações, enquanto as azuis mostram as opções de passe dos laterais. A saída de bola lembra o 1-4-3-3.

Tanto amplitude quanto profundidade são mantidas nessa ideia de jogo pelos pontas, que se revezam na posição de atacante centralizado. Não precisarão atuar ativamente com bola nesse setor, mas suas movimentações serão essenciais para impedir uma marcação-pressão do adversário no início da construção da jogada. O rival terá receio de avançar suas linhas porque qualquer lançamento que alcançar Willian ou Róger Guedes adiantados contra zagueiros desguarnecidos poderá ser letal.

Construção do Ataque

Quando a bola atingir o Terceiro Homem e ele progredir, será iniciada a fase de ataque do Corinthians. Nesse momento, o enfoque será em Paulinho. O volante teve liberdade na saída de bola, não participando dessa etapa, para ficar atento aos espaços deixados pelo adversário na região central do ataque.

O meia aberto, seja Renato Augusto ou Giuliano, recuará da ponta para o centro, buscando apoiar o portador da bola na construção da jogada. O espaço por eles deixado será ocupado pelo ponta que estava centralizado, dando opções de velocidade e 1×1 nos dois lados do campo.

Fagner, antes compondo a linha ofensiva, avançará pelo corredor direito, permitindo que Roger Guedes jogue mais próximo ao meio, valorizando sua capacidade de finalizaçãopenetração.

Atrás, Fábio Santos se juntará à Gil e João Victor, formando uma linha de três defensores próximos à jogada para impedir contra-ataques. Giuliano e Du Queiroz ajudarão na sustentação e rotação da bola no campo ofensivo.

Fase de construção ofensiva do Corinthians. Setas vermelhas indicando movimentações dos jogadores.

As setas vermelhas mostram a origem do atleta e para onde irão durante o ataque. Em números, enxergamos o 1-3-3-4. Opções variadas e com bastante mobilidade.

Fase Defensiva

Em time que está ganhando – ou melhor, se defendendo bem – não se mexe. O 1-4-1-4-1 utilizado por Sylvinho consolidou a defesa corinthiana em 2021. A conservação desse modelo tende a gerar estabilidade na equipe, então não há motivos para desmontar tal proposta.

Contudo, vale a pena gerenciar quais as posições mais favoráveis para contragolpes. Pensando nisso, para evitar o desgaste do melhor jogador do time, Renato Augusto deve ser o atleta mais à frente da equipe, permitindo a recomposição pelos lados por Willian e Róger Guedes, mais velozes e combativos.

Na zona central, Giuliano, Paulinho e Du Queiroz são mais combativos, dando segurança à já sólida última linha alvinegra.

Campo de futebol com bolas brancas representando os jogadores. Estão dispostos na formação 1-4-1-4-1.

Renato Augusto, centralizado no ataque, terá a função de reter a bola até o avanço dos demais. Willian e Róger Guedes auxiliarão os laterais na marcação, enquanto o miolo do meio é intensamente físico.

O ano só está começando!

O Corinthians tem plantel para rivalizar com as três potências nacionais atuais. Flamengo, Atlético Mineiro e Palmeiras, porém, estão à frente do alvinegro, com estilos de jogo claros e bem aplicados.

Resta saber por quais sistemas o Timão optará para encará-los. E quem será o mentor da equipe.

Por Pedro Parada.https://roulette222hu.com

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