Equilíbrio

“Demasiado risco pode destruir as coisas e exagerada segurança leva à imobilidade”

Essa célere frase, profetizada pelo histórico treinador de hóquei e futebol alemão Horst Wein, resume a busca pelo equilíbrio, princípio estrutural de defesa bastante utilizado em ambos os esportes praticados pelo germânico.

Porém, não confunda o equilíbrio entre atacar e defender com o conceito do P.E.D. Aqui, trataremos da distribuição espacial dos jogadores no campo de futebol, preconizada pela homogeneização horizontal da equipe.

Muito complexo? Fique tranquilo. Vamos esmiuçar a explicação para deixá-la visual e clara.

Conceito

Divida o campo de futebol em três setores latitudinais, sendo eles esquerda, centro e direita.

No momento defensivo, quando se utiliza o equilíbrio como norteador das ações, todos esses setores deverão ter atletas. Ou seja, se a bola está no lado direito, teremos jogadores tanto no centro quanto na esquerda.

Note como nenhum setor está sem atletas de marcação. Contudo, onde está a bola há preponderância de jogadores.

Esse comportamento é coletivo, devendo ser realizado por todo o time conjuntamente. O equilíbrio zela pelo balanço entre os jogadores alocados em cada faixa. Seu objetivo é ocupar os espaços em largura, impedindo inversões de jogo rápidas.

Se tentar virar o jogo, o ponta do lado oposto pressionará o alvo do lançamento, seja ele o lateral ou o atacante rival. O lateral da equipe que defende fará a cobertura desse ponta marcador.

Aplicação

Os jogadores irão se concentrar nas faixas de acordo com a posição da bola. Se estiver em alguma das laterais, o enfoque é na que houver a bola e, em menor número, na central.

No lado da bola, gera-se superioridade defensiva (4×5). No centro, alcança-se a superioridade numérica no setor defensivo (2×3). No lado oposto ao da bola, solidifica-se a igualdade (2×2).

Caso a jogada migre para o centro, essa região será povoada rapidamente, impedindo a progressão adversária em direção ao gol. É importante que o bloco da equipe sempre esteja baixo. Isso significa a compressão das linhas do time, impedindo a formação de espaços centrais.

Apesar de ótimo defensivamente, o bloco baixo acua o time, dificultando saídas em contra-ataque e jogadas de velocidade.

Os jogadores do lado oposto à bola, geralmente ponta e lateral, seguirão naquele setor, preparados para dar combate no momento de inversão de jogo. Essa tática permite a atenção em todos os lados do campo.

Importante ressaltar que o equilíbrio presume a falta de iniciativa para buscar a posse da bola. Portanto, com o bloco defensivo baixo, a equipe aguardará o momento certo para dar o bote, jogando completamente dentro de seu campo defensivo.

Atenção às Individualidades

A utilização do P.E.D. Equilíbrio não é isenta da análise das características dos jogadores do seu plantel. Se os atletas têm dificuldade em realizar marcação-pressão, o equilíbrio pode ser a solução para encaixar boa transição defensiva, focando em estabelecer posições fixas de atuação.

Já em equipes com pontas e laterais agressivos, familiarizados com movimentações rápidas e pressão constante, sugere-se a implementação da Flutuação/Basculação. Nela, não há preocupação com todos os setores, cabendo a imposição de mais atletas na região da bola para retomá-la rapidamente. Se houver inversão, o povoamento de setor é tão rápido que não causará danos à defesa.

Por Pedro Parada

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