Os Princípios Estruturais de Ataque (P.E.A.) são as orientações norteadoras do Modelo de Jogo das equipes de futebol durante a fase ofensiva. Os treinos táticos buscam incorporar à mente dos atletas esses comportamentos, naturalizando os movimentos e levando-os a aplicar tais conceitos automaticamente.
O P.E.A. da Mobilidade tem como exemplo-mor o fantástico Barcelona de Pep Guardiola, sob o nome de Tiki-Taka. Aquela equipe focava seu jogo em toques curtos, extrema movimentação e veloz circulação da bola.
Manter-se estático em campo garante o posicionamento da defesa adversária e facilita desarmes. Portanto, a Mobilidade é um princípio basilar do futebol e entendê-la é o primeiro passo para se praticar o esporte.
Conceito
Movimentação inteligente e coordenada dos jogadores ao atacar. Em suma, a Mobilidade é se mexer em campo com os objetivos de desorientar a defesa rival e criar linhas de passe, superioridade numérica e oportunidades de 1×1 em zonas privilegiadas.
Ao interagir com os companheiros, o atleta efetua trocas de posição em prol da melhor ocupação do espaço próximo à bola. A definição da Mobilidade é desequilíbrio: aumentar a concentração de atletas em determinado setor, ampliando o leque de opções do portador da bola a ponto de ruir o equilíbrio defensivo do adversário.
Na Prática
Um dos movimentos mais comuns da Mobilidade é o deslocamento da linha de origem em direção ao detentor da posse. Isso ocorre quando o atleta sai de sua posição ofensiva fixa, onde se acoplava aos zagueiros do oponente, e se posiciona entre os setores de marcação, recebendo o famoso “passe entrelinhas”.
O citado Barcelona utilizava a Mobilidade de diversas maneiras, sendo uma das principais delas para a abertura do espaço de finalização para Lionel Messi. Dani Alves, posicionado quase como atacante, era quem muitas vezes realizava esse deslocamento.
Abuse da Criatividade
O Princípio Estrutural de Ataque da Mobilidade trata da movimentação coordenada, ritmada e sincronizada dos jogadores para desequilibrar a defesa do time rival.
Apesar de existirem variadas formas pré-definidas de Mobilidade, tanto o treinador quanto o atleta podem – e devem – deixar fluir a imaginação no desenvolvimento de trajetórias de movimentação dentro do campo.
Somente é essencial ter em mente o foco da Mobilidade: desnortear a defesa e gerar oportunidades de progressão e finalização. Senão, corre-se o risco de ter muita posse de bola, mas limitada ao meio de campo e sem criar chances reais de gol.
Por Pedro Parada